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quarta-feira, 15 de maio de 2013

A Year


- Olhe lá, Siv – Começou Catherine cutucando as costelas de sua amiga com o cotovelo.

- Olhar o quê? – Respondeu desinteressada, sem nem ao menos tirar o olhar dos pratos que pegava e empilhava nos braços com destreza.

- O carinha estranho. Aquele com óculos engraçados.

 Imediatamente Sylvia entregou os pedidos prontos nas mãos de Cathy, que sorria de sua reação, e procurou com os olhos a mesa três. Pontual como sempre, lá estava seu cliente favorito. Não sabia seu nome, sua idade, nada, mas sabia que ele gostava de ler e que provavelmente freqüentava alguma faculdade da cidade. Admirava-o de longe, e fazia de tudo para sempre atendê-lo da melhor forma possível. Respirou fundo, arrumou a saia e alisou o avental branco, respiração descompassada e as maçãs do rosto suavemente coradas. Deu um passo e parou. “Ah, o cabelo!” Com as mãos um pouco trêmulas, penteou os cabelos o melhor que pôde, e com a determinação renovada, retomou sua marcha triunfal até a mesa onde ele estava sentado. Seus sapatos boneca pretos e perfeitamente limpos faziam pouco barulho enquanto ela se dirigia a mesa três, sorrateira como um gato. Se deu o direito de observar um pouco mais seu ídolo. Gostava de tudo. Achava aquele cachecol que não combinava com o suéter um charme. Tinha cabelos castanhos lisos, sem corte algum, um pouco grande demais, de maneira que lhe cobria os olhos enquanto lia um livro tão grosso quanto um dicionário de bolso. Sempre tinha vontade de estender a mão e arrumá-los, mas depois voltava à realidade e entendia que uma garçonete definitivamente não podia acariciar os cabelos de seu cliente. Pigarreou baixinho para chamar sua atenção (e para por um fim aos seus próprios devaneios).

- Bom dia, senhor.  O mesmo de sempre, eu suponho?

Fechando o livro, o garoto de olhos cor de nada e expressão de menos ainda encarou a garçonete. Analisou-a: Cabelos negros e ondulados caindo pelas suas costas. As mãos, finas e secas por causa do trabalho, estavam com os dedos entrelaçados. Parecia um pouco nervosa, mas não o tipo de nervoso que geralmente causava nas pessoas. Achou ao mesmo tempo frustrante e curioso. Suspirou, ajeitou os óculos que eram de seu pai (agora grandes demais para seu rosto) e perguntou, a voz um pouco grave e sem um pingo de vida. “Seca”.  Esse é o adjetivo que a garota sempre procurava.

- Como assim, o de sempre?

Sentiu uma pontada de felicidade, mas não deixou transparecer. Era a primeira vez que a olhava. Recitou o pedido contando nos dedos todos os itens.

- Ovos mexidos, chocolate quente não muito quente, uma canoa e meia com bastante manteiga, salada de frutas sem mamão ou melão – ele piscou – e um chiclete de cereja. – Ela apertou os lábios tentando não sorrir e levantou as sobrancelhas em desafio.

- Hoje está muito quente, troque o chocolate por um suco de maracujá coado e com açúcar, por favor – E voltou ao seu livro enorme.

- Certamente – Com seu ego inflado como um balão, ela foi de passos leves para a cozinha entregar o pedido.

·          

- Não sei como você consegue. Ele é muito chato – Siv disse com visível desgosto quando Cathy avisou que iria sair com seu namorado.

- Ele é lindo – Respondeu ela, que nem ligava mais para os constantes ataques críticos de Sylvia. Passava seu blush sem se perturbar, fazendo caras entranhas para o espelho no banheiro do restaurante – E, além disso, ele tem amigos que acham você bem bonitinha. Quem sabe você não gosta de algum deles?

Sylvia torceu ainda mais o nariz enquanto observava a outra garçonete mexer com uma precisão médica naqueles pincéis, escovas e todos os outros apetrechos de maquiagem. Ela sempre os associou a instrumentos de tortura e não entendia como Cathy tinha tanta paciência para usá-los.

- Eu não quero ninguém que me ache bonitinha. Eles são todos enormes, estúpidos e musculosos... – Catherine lhe fuzilou com o olhar, como se dissesse: “Esse é o objetivo” – Você sabe que eu não gosto desse tipo.

Cathy suspirou, seus cabelos loiros caíram um pouco em seu rosto.

- Sylvia.

- Saiu.

- Sylvia.

- Não me venha com esse papo!

- Não me venha VOCÊ com esse papo! Siv, você não gosta de NENHUM tipo!

- E daí?! Não entendo essa sua necessidade de encontrar um par para mim.

- Eu não agüento ver você sozinha enquanto todas as pessoas que conhecemos saem, fazem coisas divertidas, e você fica em casa lendo. – Fazia caras e bocas para demonstrar a profundidade daquilo, mas era frustrante ver como nada daquilo funcionava com aquela teimosa criatura.

- Eu gosto de ler! – Suspirou – Olhe a hora Cathy, você vai se atrasar para seu encontro com seu príncipe encantado.  Que aliás, é tão cavalheiro que nem se oferece para te buscar  – Murmurou ao cruzar os braços.

 “A imagem da criança teimosa. Como é que ela pode ter 19 anos, eu me pergunto...” – Pensou Catherine.

A loira olhou para ela como uma mãe preocupada. Estava acostumada também com os murmúrios e resmungos.

- Eu tenho um, e você?

- Tenho vários. E são todos tão obedientes que não saem da prateleira, nem mesmo quando fico muito tempo fora de casa.

Cathy riu e lhe deu um beijo na testa. Não era difícil, sendo ela no mínimo uns dez centímetros mais alta que sua amiga.

Sylvia acenou enquanto Catherine andava com seus saltos muito altos na calçada úmida e brilhante por causa da luz dos postes. “Não quero pegar um ônibus. Se economizar esse dinheiro, amanhã talvez eu consiga comprar tintas novas.” Animou-se com a idéia e depois de acenar um rápido boa noite para Kob, dono da lanchonete, virou-se para ir para casa. Ficou sonhando com as possíveis cores que poderia comprar. Ou será que ela queria pincéis novos? Quem sabe a loja teria alguma novidade?

Tanto ela devaneou que nem percebeu estar sendo seguida.


domingo, 10 de junho de 2012

Sayonara (Sem um pingo de remorso) (:

Saudações, seres humanos.


Não, não sou um alien, embora tenha fortes tendências a querer dominar o mundo. Mas fiquem tranquilos, minhas tentativas de fazer qualquer coisa que seja são sempre frustradas pela minha preguiça. Agora chega de papo furado, aqui vem a coisa séria: Este blog será desativado por tempo indeterminado.

Motivo: "... Por quê diabos eu fiz um blog mesmo?" "Tá, o que eu escrevo?" "Ó DEUSES E MUSAS DO OLIMPO, POR QUÊ CRIASTES A MALDIÇÃO DO BLOQUEIO ARTÍSTICO?"

^ Entonces, enquanto não acho respostas para estas perguntas profundas e filosóficas (y), o blog vai ficar mortinho mesmo.

Sayonara, humans o/